A dor que mais doi

sábado, 29 de janeiro de 2011


"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de alguém que mora longe. Saudade de uma brincadeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do parente que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua com o mesmo corte de cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

E acontece tudo outra vez

sábado, 15 de janeiro de 2011


As relações a dois são muito mais complexas do que agente julga. Não pense que basta amar perdidamente uma pessoa, fazer tudo por ela e ter uma vida sexual razoável. Um homem e uma mulher não estão apenas ligados por um laço sentimental, mas também por um elo de harmonia, confiança, amizade, carinho, desejo e respeito mútuo. Trata-se de uma receita que nem todos conseguem levar avante, até porque manter uma relação deste gênero eternamente começa a ser quase uma utopia. Foi o que eu pensei... evidenciar-se pequenos sinais que podem traduzir alguns problemas, ainda que invisíveis de início, mas que mais tarde marcam o final desse relacionamento.

O amor, paixão, o relacionamento num todo é assim mesmo. Mesmo agente já tendo quebrado a cara um milhão de vezes, depois de um tempo agente conhece outra pessoa, e acontece tudo outra vez, com mínimos detalhes diferentes, aqueles que nos iludi e faz cair mais uma vez naquele conto de fadas sem fadas.

Conto sem fadas

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


O herói desleal e uma princesa sem virtudes.
Uma idéia falsa e a má atitude.
Juntos no descaminho
- mais e mais distantes -
sozinhos.

Marcela Arlequinal

Olhar feminino


Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar. Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar. E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.

Quantos tipos de olhar existem? Elas conhecem todos…

Luis Fernando Veríssimo

domingo, 2 de janeiro de 2011

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais
importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com atenção os lugares por
onde você passa.
Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das
roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar
descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia,
ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as
gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado
da cama… depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais…
leia outros livros, viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas
diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado… outra marca de sabonete,
outro creme dental… tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro,
compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses
horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um novo emprego,
uma nova ocupação, um trabalho mais light,
mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas
piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!

Edson Marques

Ilária Oliveira. Tecnologia do Blogger.